segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O ladrão de bons momentos

Alguém já disse na internet a seguinte frase: "A tecnologia aproxima quem está longe e afasta quem está perto". É uma triste realidade, muito triste. Parece que a tecnologia nos encantou de tão forma que nem conseguimos mais lembrar de como era a vida sem ela. Como a raça humana sobreviveu sem WhatsApp, facebook, Skype e o saudoso Orkut???

A verdade é que perdemos o limite e a noçao de realidade. Eu bem sei que o corre corre da vida nos obriga a ter esse ritmo frenético que acabamos por esquecer ou não aproveitar as oportunidades lindas que nos cercam. 

Isso me assusta, muito. Não é o que quero para mim, mas ao mesmo tempo sou escrava do meu celular, como se minha vida estivesse nesse aparelho, quando acaba a bateria ou quando esqueço em casa me sinto nua, estranha, sem chão. Se perder? For roubado? Não quero nem pensar.

Tenho refletido muito no estilo de vida que levo, no que quero ser, no legado que quero deixar para meu filho e para as futuras gerações e me entristece constatar que ainda estou bem longe do meu ideal.

Eu estava indo para o trabalho outro dia numa viagem de quase uma hora, e por "azar" a bateria do meu celular descarregou logo nos primeiros 5 minutos e eu pensei "essa viagem vai ser longa! O que vou fazer até chegar no escritório" por um momento um certo desespero tomou conta de mim e eu olhei para o lado, todos no ônibus estavam mexendo no celular, alguns ouvindo música, mas todos sem exceção estavam com o bendito aparelho nas mãos. Me assustei, mas só pude perceber isso por que o meu estava desligado.

A primeira coisa que fiz foi orar, falar com Deus. Foi um momento atípico. Eu ali no ônibus, falando com Deus em pensamento. Senti paz, e de repente uma alegria se misturou a enorme sensação de leveza. Daí resolvi curtir, não uma foto do facebook mas sim a paisagem pela janela do ônibus. Vi muita gente correndo de um lado para o outro, falando ao telefone, buzinas de carro para todo lado, gente triste, casais apaixonados. Dentre tudo que vi uma cena mexeu comigo: uma criança observando atentamente um inseto e ao lado dela uma mulher, que acredito ser sua mãe digitando ao celular. Essa não é a vida que quero. Quero participar das descobertas e encantos do meu filho, além disso quero estimulá-lo e compartilhar dessas experiências com ele.

Tenho pensado e lido muito sobre como ter uma vida mais leve sabe, leve de tecnologias, de comida industrializada, de consumo desnecessário, de momentos virtuais. 

Uma vida mais de menos. A gente precisa de tão pouco para ser feliz, coisas passam momentos ficam, lembranças boas nos inspiram quando estamos tristes.

Não temos que nos adequar ao ritmo do mundo, na verdade quando temos certeza de quem somos e o que queremos tudo se adequa a gente. 

É muito difícil ir contra a maré, mas acho que é uma jornada que vale a pena. Rebelde sem causa?  Particularmente acho minha causa muito justa: vida simples para aproveitar ao máximo a presença de quem amo. Sem interrupções, sem e-mails, sem facebook.
Tenho tentado mudar alguns hábitos e quero dividir aqui com vocês. Longe de alcançar a minha meta, mas creio que já sirvo de exemplo para meu pequeno.

1-  caminhar ao invés de pegar ônibus. Detesto caminhar, mas isso me deixa ocupada e não mexo no celular enquanto caminho, além de fazer um exercício físico.

2- se tiver que pegar ônibus vou admirando a paisagem, conversando com Vinicius (se ele estiver comigo) ou aproveito para orar, falar com Deus e sempre bom!

3- nada de celular durante as refeições. Hábito horrível que eu tinha.

4- estipular horários para checar as redes sociais (ainda em construção).

5- colocar meu filho para dormir todos os dias sem ajuda de eletrônicos, por um tempo usei da tecnologia para tocar música ou ler histórias ou até mesmo um desenho até que ele pegasse no sono. Não mais! Há um bom tempo conversamos, oramos juntos, eu leio uma história e canto até que ele adormeça ali segurando a minha mão. Se você não faz isso, comece hoje. É emocionante ver como eles crescem bem ali debaixo dos nossos olhos.

Espero ter uma vida mais simples e sem muito ruído virtual, tecnologia e bom, é ótimo mas nada supera um abraço apertado e uma boa conversa  olho no olho. Viva cada momento intensamente!






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