quinta-feira, 30 de julho de 2015

Quando os pais viram filhos


Eu sempre fiz questão de participar o Vinicius de tudo que sinto. Não quero nem por um segundo dar a ele a impressão de super mãe. 
Se estou triste, alegre, preocupada ou extremamente feliz sempre deixo bem claro para ele. 
Na maioria das vezes ele se contenta em saber como estou me sentindo e não faz muitas perguntas.

Ontem eu tive um dia muito estressante no trabalho e  uma reunião que não saiu do jeito que eu esperava que resultou em medidas que não queria. Por isso fiquei triste, muito triste.
Quando cheguei em casa Vinicius foi brincar no quarto e eu fiquei na sala remoendo a tristeza e frustração de um não tão bom dia de trabalho. Foi quando Vinicius veio lá de dentro com um telefone de brinquedo e disse:
Vinicius : mamãe, telefone para você. E Jesus!
Eu coloquei o telefone no ouvido e disse: Vinicius, não estou ouvindo nada!
Vinicius: ele está  falando aqui mamãe.
Eu: o que Jesus está falando?
Vinicius: Jesus está falando que você é uma boa amiga e ele gosta muito de você e quer fazer carinho no seu coração!

Daí o Vinicius veio e me deu um abraço muito gostoso e  bem apertado e disse: fica bem mamãe! Foi nesse exato momento que percebi que ele estava me consolando, fazendo o papel de pai, exatamente como eu faço com ele quando ele está triste ou frustrado com alguma coisa! Incrível a sensibilidade do meu filho, não precisei falar nada, ele percebeu no meu silêncio.
Depois ele me perguntou o por que de eu estar triste, se ele ou o papai tinham feito alguma coisa. Eu falei para ele que estava um pouco triste por algo que aconteceu no meu trabalho. 

Antes que você pense ou pergunte ou questione se é bom expor as crianças aos nossos sentimentos ou frustrações, eu vou te dizer uma coisa. Respeito sua opinião, mas eu educo meu filho para ser emocionalmente sadio, para isso ele precisa ter ciência das emoções, dele e dos outros, isso ensina ele a compreender as pessoas em sua volta, a respeitar o tempo de cada um. Da a ele a oportunidade de interagir com sentimentos que ele tem e terá para o resto de sua vida! Variações de humor e sentimentos são constantes em nossa vida, não crio o Vinicius num mundo de faz de conta onde todos são felizes e ponto final. Ele precisa saber que no mundo há sofrimento, decepções, frustrações e precisa lidar bem com isso, começando em casa, na nossa família onde um cuida do outro, independente da idade.  
Sim ontem eu virei a filha e fui consolada por meu filho de 4 anos e tenho muito orgulho disso!

                                   

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